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Obras da Patrística

Mensagem de Natal

Esse post é dedicado ao Pedro.

“Nada expressa melhor o sentido do Natal do que essa angústia, essa inquietação, esse pressentimento sombrio que antecedem o nascimento de Cristo.
É um simbolismo eterno que se repete nos fatos materiais da vida. Os dias que precedem o Natal são os da matança dos inocentes, da fuga para  o deserto, da Sagrada Família a bater em vão de porta em porta, em demanda  de um abrigo inexistente.

Um Deus vai nascer. O mundo treme e se apressa, como Herodes, para tentar  matá-Lo.
Não poderiam ser dias felizes. São os mais inquietantes do ano. Nem mesmo a  Sexta-Feira Santa é tão triste, porque o fato da morte vem com a certeza da  Ressurreição. Mas, quando um Deus vai nascer, tudo é incerto. O nascimento de um Deus é a morte de um mundo que não voltará à existência  depois de haver-se dissipado no nada. E ainda não se sabe o que virá  depois. Tudo aí é possível: as esperanças mais insensatas acotovelam-se aos  temores mais alarmantes, na expectativa de algo que não se sabe o que é,  mas que será decisivo. É a hora antes da aurora, a hora do lobo: o  predador, no lusco-fusco, ainda não sabe se vai caçar ou ser caçado.

O nascimento de um Deus é um anúncio do Juízo Final. Antecipadamente, há  choro e ranger de dentes. A humanidade agita-se, tentando em vão fugir do  peso de seus pecados. Cada um quer fingir para si mesmo que está bem, que  nada teme, que sua conta bancária, sua mesa farta, sua família feliz são um  atestado de garantia contra a danação eterna.

Parecendo negar a profecia, a agitação moderna não faz senão obedecê-la e  confirmá-la.
Mas eu seria o último a ver na corrida aos presentes apenas um  divertissement no sentido pascaliano, uma fuga ao sentido da vida. Ela é  também, nessa hora incerta, a afirmação de uma esperança. O Deus que vai  nascer pode não ser um juiz, mas um salvador. Não um castigo, mas um dom.

Ninguém o pode garantir antecipadamente. Comprar presentes, no meio da  angústia e da correria do mundo, é um ato de confiança na promessa das  Escrituras. Sem saber ainda o que vai acontecer, dispomo-nos a celebrá-lo  como um dom. Provemo-nos também dos dons que pretendemos ofertar, símbolos  miúdos do grande dom divino que esperamos.

Mas a incerteza nem por isso se dissipa.

Mesmo quando surge a estrela, anunciando o nascimento do Salvador, nem  todos atinam com o que está se passando. De início, só os sábios e os  pastores o compreendem. É na esperança de ser um deles que acorremos às  lojas, comprando o ouro, o incenso e a mirra com que mostraremos  reconhecer, nos entes queridos a quem presenteamos, a imagem do Menino Deus  recém-nascido.

Quer o saibamos ou não, o símbolo primordial molda nossas vidas,  reproduzindo-se e multiplicando-se em milhões de lares, por baixo de toda  agitação mundana que, parecendo negá-lo, o reafirma soberanamente.

A deusa história, a modernidade, nada pode contra isso. Ela não é senão  imagem e semelhança daquilo que nega. Afinal, quê poderia confirmar mais  plenamente o nascer do Sol do que o movimento das sombras que deslizam pelo  chão?
Qualquer que seja o rumo da História, a Palavra que a moldou antecipadamente não passará. “

Olavo de Carvalho- 2001

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São Pacômio

Fonte

Pacômio nasceu no Egito no ano de 287, na Tebaida. Filho de pais pagãos, cheios de superstições e idolatrias, desde a infância mostrou grande aversão a tudo isso. Aos vinte anos de idade foi convocado para o exército imperial e acabou ficando prisioneiro em Tebes. Foi quando fez o seu primeiro contato com os cristãos, cuja religião até então lhe era desconhecida.

À noite, na prisão recebeu um pouco de alimento de alguns cristãos, que escondidos conseguiram entrar. Comovido com esse gesto de pessoas desconhecidas, perguntou quem havia mandado que fizessem aquilo e eles responderam: “Deus que está no céu”. Nesta noite Pacômio rezou com eles para esse Deus, sentindo já nas primeiras palavras ouvidas que esta seria a sua doutrina. O Evangelho o tocou de tal forma que ele se converteu e voltou para o Egito, onde recebeu o batismo.

Depois, compartilhou durante sete anos a companhia de um ancião eremita de nome Palemon, que vivia dedicado à oração. A princípio o ancião não quis aceitá-lo a seu lado, porque sabia que a vida de solidão e orações não era nada fácil. Mas Pacômio estava determinado e convenceu-o de que deveria ficar.

Um dia, durante suas caminhadas, Pacômio ouviu uma voz que lhe dizia para inaugurar ali, exatamente naquele lugar, um mosteiro onde receberia e acolheria muitos religiosos. Depois, apareceu-lhe um anjo que o ensinou como deveria organizar o mosteiro.

Pacômio pôs-se a trabalhar arduamente e o deixou pronto. As profecias que ele ouviu se concretizaram e muitas pessoas se juntaram a ele. Monges, eremitas e religiosos de todos os lugares pediram admissão no mosteiro de Pacômio, que obteve a aprovação do bispo Atanásio, santo e doutor da Igreja. Inclusive seu irmão João, que distribuiu toda sua riqueza entre os pobres e uniu-se a ele.

Com Pacômio nasceu a vida monástica, ou cenobítica no Egito, não mais com um chefe carismático que agregava ermitãos reunidos em pequenos grupos em torno de si, mas uma comunidade de religiosos, com regras precisas de vida em comum na oração, contemplação e trabalho, à exemplo dos primeiros apóstolos de Jesus.

Pacômio abriu ainda mais oito mosteiros masculinos, um deles feminino. Sua fama de santidade espalhou-se pelo Egito e na Ásia Menor. Foi agraciado por Deus com o dom da profecia e morreu no ano de 347, vítima de uma peste que assolava o Egito, na época. Até o século XII havia ainda cerca de quinhentos monges da Ordem de São Pacômio.

São Pacômio, o eremita, até hoje é considerado um dos representantes de Deus que mais prestaram serviço à Igreja Católica. Sua festa litúrgica ocorre no dia 09 de maio.

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O que eu acho

Minhas opiniões a respeito de assuntos dos quais não li o suficiente não têm nenhum valor argumentativo. Assim, prefiro ficar quieto e entender um tema pela sua apresentação geral e suas características próprias, antes de concordar ou discordar de algumas proposições subordinadas a ele. É assim com o Islamismo. Apesar de já ter visto a sociedade islâmica em seus esquemas gerais, não tenho conhecimento de muito da mística, da poesia e das “ordens” islâmicas. Além disso, não li o Alcorão. Por conseguinte, não concordo nem discordo de idéias como a “sociedade sacra”, que o Islã promove.

Mutatis mutandis, afirmo o mesmo do protetantismo. Não conheço profundamente os seus intérpretes e suas doutrinas. Não sei direito o que ele AFIRMA e o que há de aproveitável e digno nele, de maneira que só faço umas observações bastante despretensiosas sobre esse assunto. Aqui, cito algumas delas:

1. Lutero estava certo em criticar a Igreja por seus vastos bens temporais. É justamente dentro da burocracia e da administração eclesiástica que a santidade e a espiritualidade são menos fortes e menos consideradas. Quando foi construída a Basílica de São Pedro, comentou-se: “São Pedro já não pode mais dizer :”Não tenho ouro nem prata””.

2. Lutero não entendeu direito o que significa a sucessão apostólica, pois ataca a personalidade da Igreja, entendendo-a como a comunidade dos cristãos. Mas, em suas Teses, ele defende o papa e combate seus inimigos. É estranho que, depois de ser excomungado, sua grande admiração pelo Bispo de Roma tenha terminado…

3. Lutero queria reformar a Igreja por dentro, persuadindo os religiosos a seguirem suas idéias e executarem seus projetos. Quando percebeu que a Igreja Católica inteira não iria mudar apenas por causa da teimosia de um monge alemão, saiu dela e passou a xingá-la de nomes lindos como “prostituta da Babilônia”. Siceramente, isso é ridículo.

4. Lutero não entendeu o que significam os Sacramentos. Eles não são apenas imposições humanas tremendamente inferiores à mensagem evangélica, e sim sinais do que é revelado pela própria Boa Nova. São “pontos de contato”, símbolos rituais (o que não vale para a Eucaristia: esta é verdadeiramente uma renovação incruenta do sacrifício de Jesus Cristo).

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As 95 Teses de Lutero

Não, isto não tem nada a ver com a Patrística. Esse post é subsequente a um anterior, “Por que Lutero se afastou da Ortodoxia Católica?“. 

Out of love and concern for the truth, and with the object of eliciting it, the following heads will be the subject of a public discussion at Wittenberg under the presidency of the reverend father, Martin Luther, Augustinian, Master of Arts and Sacred Theology, and duly appointed Lecturer on these subjects in that place. He requests that whoever cannot be present personally to debate the matter orally will do so in absence in writing.

  1. When our Lord and Master, Jesus Christ, said “Repent”, He called for the entire life of believers to be one of repentance.
  2. The word cannot be properly understood as referring to the sacrament of penance, i.e. confession and satisfaction, as administered by the clergy.
  3. Yet its meaning is not restricted to repentance in one’s heart; for such repentance is null unless it produces outward signs in various mortifications of the flesh.
  4. As long as hatred of self abides (i.e. true inward repentance) the penalty of sin abides, viz., until we enter the kingdom of heaven.
  5. The pope has neither the will nor the power to remit any penalties beyond those imposed either at his own discretion or by canon law.
  6. The pope himself cannot remit guilt, but only declare and confirm that it has been remitted by God; or, at most, he can remit it in cases reserved to his discretion. Except for these cases, the guilt remains untouched.
  7. God never remits guilt to anyone without, at the same time, making him humbly submissive to the priest, His representative.
  8. The penitential canons apply only to men who are still alive, and, according to the canons themselves, none applies to the dead.
  9. Accordingly, the Holy Spirit, acting in the person of the pope, manifests grace to us, by the fact that the papal regulations always cease to apply at death, or in any hard case.
  10. It is a wrongful act, due to ignorance, when priests retain the canonical penalties on the dead in purgatory.
  11. When canonical penalties were changed and made to apply to purgatory, surely it would seem that tares were sown while the bishops were asleep.
  12. In former days, the canonical penalties were imposed, not after, but before absolution was pronounced; and were intended to be tests of true contrition.
  13. Death puts an end to all the claims of the Church; even the dying are already dead to the canon laws, and are no longer bound by them.
  14. Defective piety or love in a dying person is necessarily accompanied by great fear, which is greatest where the piety or love is least.
  15. This fear or horror is sufficient in itself, whatever else might be said, to constitute the pain of purgatory, since it approaches very closely to the horror of despair.
  16. There seems to be the same difference between hell, purgatory, and heaven as between despair, uncertainty, and assurance.
  17. Of a truth, the pains of souls in purgatory ought to be abated, and charity ought to be proportionately increased.
  18. Moreover, it does not seem proved, on any grounds of reason or Scripture, that these souls are outside the state of merit, or unable to grow in grace.
  19. Nor does it seem proved to be always the case that they are certain and assured of salvation, even if we are very certain ourselves.
  20. Therefore the pope, in speaking of the plenary remission of all penalties, does not mean “all” in the strict sense, but only those imposed by himself.
  21. Hence those who preach indulgences are in error when they say that a man is absolved and saved from every penalty by the pope’s indulgences.
  22. Indeed, he cannot remit to souls in purgatory any penalty which canon law declares should be suffered in the present life.
  23. If plenary remission could be granted to anyone at all, it would be only in the cases of the most perfect, i.e. to very few.
  24. It must therefore be the case that the major part of the people are deceived by that indiscriminate and high-sounding promise of relief from penalty.
  25. The same power as the pope exercises in general over purgatory is exercised in particular by every single bishop in his bishopric and priest in his parish.
  26. The pope does excellently when he grants remission to the souls in purgatory on account of intercessions made on their behalf, and not by the power of the keys (which he cannot exercise for them).
  27. There is no divine authority for preaching that the soul flies out of the purgatory immediately the money clinks in the bottom of the chest.
  28. It is certainly possible that when the money clinks in the bottom of the chest avarice and greed increase; but when the church offers intercession, all depends in the will of God.
  29. Who knows whether all souls in purgatory wish to be redeemed in view of what is said of St. Severinus and St. Pascal? (Note: Paschal I, pope 817-24. The legend is that he and Severinus were willing to endure the pains of purgatory for the benefit of the faithful).
  30. No one is sure of the reality of his own contrition, much less of receiving plenary forgiveness.
  31. One who bona fide buys indulgence is a rare as a bona fide penitent man, i.e. very rare indeed.
  32. All those who believe themselves certain of their own salvation by means of letters of indulgence, will be eternally damned, together with their teachers.
  33. We should be most carefully on our guard against those who say that the papal indulgences are an inestimable divine gift, and that a man is reconciled to God by them.
  34. For the grace conveyed by these indulgences relates simply to the penalties of the sacramental “satisfactions” decreed merely by man.
  35. It is not in accordance with Christian doctrines to preach and teach that those who buy off souls, or purchase confessional licenses, have no need to repent of their own sins.
  36. Any Christian whatsoever, who is truly repentant, enjoys plenary remission from penalty and guilt, and this is given him without letters of indulgence.
  37. Any true Christian whatsoever, living or dead, participates in all the benefits of Christ and the Church; and this participation is granted to him by God without letters of indulgence.
  38. Yet the pope’s remission and dispensation are in no way to be despised, for, as already said, they proclaim the divine remission.
  39. It is very difficult, even for the most learned theologians, to extol to the people the great bounty contained in the indulgences, while, at the same time, praising contrition as a virtue.
  40. A truly contrite sinner seeks out, and loves to pay, the penalties of his sins; whereas the very multitude of indulgences dulls men’s consciences, and tends to make them hate the penalties.
  41. Papal indulgences should only be preached with caution, lest people gain a wrong understanding, and think that they are preferable to other good works: those of love.
  42. Christians should be taught that the pope does not at all intend that the purchase of indulgences should be understood as at all comparable with the works of mercy.
  43. Christians should be taught that one who gives to the poor, or lends to the needy, does a better action than if he purchases indulgences.
  44. Because, by works of love, love grows and a man becomes a better man; whereas, by indulgences, he does not become a better man, but only escapes certain penalties.
  45. Christians should be taught that he who sees a needy person, but passes him by although he gives money for indulgences, gains no benefit from the pope’s pardon, but only incurs the wrath of God.
  46. Christians should be taught that, unless they have more than they need, they are bound to retain what is only necessary for the upkeep of their home, and should in no way squander it on indulgences.
  47. Christians should be taught that they purchase indulgences voluntarily, and are not under obligation to do so.
  48. Christians should be taught that, in granting indulgences, the pope has more need, and more desire, for devout prayer on his own behalf than for ready money.
  49. Christians should be taught that the pope’s indulgences are useful only if one does not rely on them, but most harmful if one loses the fear of God through them.
  50. Christians should be taught that, if the pope knew the exactions of the indulgence-preachers, he would rather the church of St. Peter were reduced to ashes than be built with the skin, flesh, and bones of the sheep.
  51. Christians should be taught that the pope would be willing, as he ought if necessity should arise, to sell the church of St. Peter, and give, too, his own money to many of those from whom the pardon-merchants conjure money.
  52. It is vain to rely on salvation by letters of indulgence, even if the commissary, or indeed the pope himself, were to pledge his own soul for their validity.
  53. Those are enemies of Christ and the pope who forbid the word of God to be preached at all in some churches, in order that indulgences may be preached in others.
  54. The word of God suffers injury if, in the same sermon, an equal or longer time is devoted to indulgences than to that word.
  55. The pope cannot help taking the view that if indulgences (very small matters) are celebrated by one bell, one pageant, or one ceremony, the gospel (a very great matter) should be preached to the accompaniment of a hundred bells, a hundred processions, a hundred ceremonies.
  56. The treasures of the church, out of which the pope dispenses indulgences, are not sufficiently spoken of or known among the people of Christ.
  57. That these treasures are not temporal are clear from the fact that many of the merchants do not grant them freely, but only collect them.
  58. Nor are they the merits of Christ and the saints, because, even apart from the pope, these merits are always working grace in the inner man, and working the cross, death, and hell in the outer man.
  59. St. Laurence said that the poor were the treasures of the church, but he used the term in accordance with the custom of his own time.
  60. We do not speak rashly in saying that the treasures of the church are the keys of the church, and are bestowed by the merits of Christ.
  61. For it is clear that the power of the pope suffices, by itself, for the remission of penalties and reserved cases.
  62. The true treasure of the church is the Holy gospel of the glory and the grace of God.
  63. It is right to regard this treasure as most odious, for it makes the first to be the last.
  64. On the other hand, the treasure of indulgences is most acceptable, for it makes the last to be the first.
  65. Therefore the treasures of the gospel are nets which, in former times, they used to fish for men of wealth.
  66. The treasures of the indulgences are the nets to-day which they use to fish for men of wealth.
  67. The indulgences, which the merchants extol as the greatest of favours, are seen to be, in fact, a favourite means for money-getting.
  68. Nevertheless, they are not to be compared with the grace of God and the compassion shown in the Cross.
  69. Bishops and curates, in duty bound, must receive the commissaries of the papal indulgences with all reverence.
  70. But they are under a much greater obligation to watch closely and attend carefully lest these men preach their own fancies instead of what the pope commissioned.
  71. Let him be anathema and accursed who denies the apostolic character of the indulgences.
  72. On the other hand, let him be blessed who is on his guard against the wantonness and license of the pardon-merchant’s words.
  73. In the same way, the pope rightly excommunicates those who make any plans to the detriment of the trade in indulgences.
  74. It is much more in keeping with his views to excommunicate those who use the pretext of indulgences to plot anything to the detriment of holy love and truth.
  75. It is foolish to think that papal indulgences have so much power that they can absolve a man even if he has done the impossible and violated the mother of God.
  76. We assert the contrary, and say that the pope’s pardons are not able to remove the least venial of sins as far as their guilt is concerned.
  77. When it is said that not even St. Peter, if he were now pope, could grant a greater grace, it is blasphemy against St. Peter and the pope.
  78. We assert the contrary, and say that he, and any pope whatever, possesses greater graces, viz., the gospel, spiritual powers, gifts of healing, etc., as is declared in I Corinthians 12 [:28].
  79. It is blasphemy to say that the insignia of the cross with the papal arms are of equal value to the cross on which Christ died.
  80. The bishops, curates, and theologians, who permit assertions of that kind to be made to the people without let or hindrance, will have to answer for it.
  81. This unbridled preaching of indulgences makes it difficult for learned men to guard the respect due to the pope against false accusations, or at least from the keen criticisms of the laity.
  82. They ask, e.g.: Why does not the pope liberate everyone from purgatory for the sake of love (a most holy thing) and because of the supreme necessity of their souls? This would be morally the best of all reasons. Meanwhile he redeems innumerable souls for money, a most perishable thing, with which to build St. Peter’s church, a very minor purpose.
  83. Again: Why should funeral and anniversary masses for the dead continue to be said? And why does not the pope repay, or permit to be repaid, the benefactions instituted for these purposes, since it is wrong to pray for those souls who are now redeemed?
  84. Again: Surely this is a new sort of compassion, on the part of God and the pope, when an impious man, an enemy of God, is allowed to pay money to redeem a devout soul, a friend of God; while yet that devout and beloved soul is not allowed to be redeemed without payment, for love’s sake, and just because of its need of redemption.
  85. Again: Why are the penitential canon laws, which in fact, if not in practice, have long been obsolete and dead in themselves,—why are they, to-day, still used in imposing fines in money, through the granting of indulgences, as if all the penitential canons were fully operative?
  86. Again: since the pope’s income to-day is larger than that of the wealthiest of wealthy men, why does he not build this one church of St. Peter with his own money, rather than with the money of indigent believers?
  87. Again: What does the pope remit or dispense to people who, by their perfect repentance, have a right to plenary remission or dispensation?
  88. Again: Surely a greater good could be done to the church if the pope were to bestow these remissions and dispensations, not once, as now, but a hundred times a day, for the benefit of any believer whatever.
  89. What the pope seeks by indulgences is not money, but rather the salvation of souls; why then does he suspend the letters and indulgences formerly conceded, and still as efficacious as ever?
  90. These questions are serious matters of conscience to the laity. To suppress them by force alone, and not to refute them by giving reasons, is to expose the church and the pope to the ridicule of their enemies, and to make Christian people unhappy.
  91. If therefore, indulgences were preached in accordance with the spirit and mind of the pope, all these difficulties would be easily overcome, and indeed, cease to exist.
  92. Away, then, with those prophets who say to Christ’s people, “Peace, peace,” where in there is no peace.
  93. Hail, hail to all those prophets who say to Christ’s people, “The cross, the cross,” where there is no cross.
  94. Christians should be exhorted to be zealous to follow Christ, their Head, through penalties, deaths, and hells.
  95. And let them thus be more confident of entering heaven through many tribulations rather than through a false assurance of peace.

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Contra os Hereges

Transformei o livro Contra los Herejes, de Santo Irineu, em um arquivo pdf. Podem ler aqui mesmo no blog.

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São Januário

Fonte

Santos Januário, e seus companheiros Festo, Desidério, Sosso, Procolo, Eutiquete e Acúcio, sofreram o martírio durante a perseguição de Diocleciano em Nápoles, Itália, por volta do ano 305. São Januário, bispo de Benevento como relata os historiadores fora condenado às feras no anfiteatro de Pozzuoli juntamente com os companheiros de fé. Por causa do atraso de um juiz, teria sido decapitado e não dado como alimento às feras. O sangue de São Januário foi recolhido pelos cristãos e colocado em pequenas ampolas. Era o costume recolher o sangue dos mártires e colocá-los em ampolas diante dos seus túmulos.

Um século mais tarde, no ano 432, quando da transladação de suas relíquias de Pozzuoli para Nápoles, uma senhora teria entregue ao bispo João duas ampolas contendo o sangue coagulado de São Januário. Como garantia da afirmação da mulher o sangue se liquefez diante dos olhos do bispo e de grande multidão de fiéis. Este acontecimento, desde então, se repete todos os anos em determinados dias: no sábado que precede o primeiro domingo de maio, nos oito dias sucessivos, a 16 de dezembro, a 19 de setembro e durante toda a oitava das celebrações em sua honra. Os testemunhos sobre esse fenômeno começam a partir de 1329 e são tão numerosos e concordes de tal modo que não se podem contestar.

Esse prodígio, confirmado também pela ciência, e o que mais intriga é o fato de até hoje os cientistas não conseguirem explicar por que o sangue de São Januário, contido numa ampola na catetral, se liquefaz e readquire a aparência de sangue novo, recém-derramado. Análises científicas demonstram que se trata realmente de sangue humano.

Os napolitanos consideram São Januário o seu protetor contra os flagelos da peste e das erupções do Vesúvio. Este culto e muito antigo e já difundido no mundo inteiro por causa da liquefação de seu sangue, durante a celebração de suas festas. A devoção sincera dos napolitanos para com o mártir, fez com que a memória de São Januário, celebrada desde 1586, fosse conservada no novo calendário litúrgico.

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Atenágoras de Atenas: o Homem é Corpo e Alma

Savio Laet


1.1) A “Platonização” do Cristianismo

Atenágoras escreve a Petição em Favor dos Cristãos ao imperador e filósofo estóico, Marco Aurélio. Não tem nem a simpatia de Justino, nem a antipatia rabugenta de Taciano, para com a filosofia grega. Limita-se a assinalar que, em alguns pontos, os filósofos concordam com a Revelação cristã. Por exemplo, não é possível acusar os cristãos de ateísmo, por causa do seu monoteísmo, visto que Platão foi monoteísta e nem por isso era considerado ateu. Enquanto alguns autores cristãos tentam cristianizar Platão, Atenágoras busca “platonizar” o cristianismo; não que tivesse interesse em Platão, mas paraele seria interessante ter um precursor a seu favor, como o filósofo grego, diante do imperador filósofo:

(…) O mesmo no que diz respeito a Platão. Se Atenágoras lhe concede ter entrevisto a verdade, inclusive a do Dogma da Trindade, é menos no interesse de Platão do que no do dogma, para o qual podia ser útil reivindicar tal precursor.

1.2) A Primeira Prova da Unicidade do Deus Cristão

Depois de aduzir argumentos de autoridade, Atenágoras tenta demonstrar racionalmente a existência de um só Deus. A argumentação é ingênua, mas merece destaque por ser a primeira tentativa de se demonstrar a unicidade do Deus cristão. Se no princípio existissem dois ou vários deuses,eles teriam que ocupar ou o mesmo lugar ou lugares diferentes. Não poderiam ocupar o mesmo lugar porque não seriam semelhantes; não seriam semelhantes porque só o que é gerado é semelhante e os deuses são incriados. Também não pode cada um deles estar em seu lugar. Suponhamos que um deles fosse o criador e exercesse a sua providência sobre todo o universo. Partindo deste pressuposto onde estaria o outro lugar ocupado por um outro deus? Se lidarmos com a hipótese de que ocuparia o seu lugar em outro mundo, esta hipótese não se sustentaria porque desta forma ele seria finito e teria poder finito porque não exerceria nenhum poder sobre o nosso mundo. Aliás, como pensar em outro mundo, sendo que todo o universo está sob a providência do Deus que o cria e conserva? Ora, um deus que não está em lugar nenhum e nem conserva coisa alguma não é. Para não sermos prolixos digamos logo que existe um só Deus, criador e governador do mundo:

Por fim, se nada faz, não tem providência, nem outro lugar onde esteja, existe, desde o princípio, um único e só: o Deus criador do mundo.

O argumento de Atenágoras deixa muito a desejar quanto ao rigor dialético. Ele parece – como chama a atenção Gilson – não conseguir conceber Deus senão ocupando um lugar no espaço:

A obstinação dialética da prova merecia uma base mais sólida. Atenágoras não parece capaz de pensar Deus sem relação com o espaço.

1.3) Dois Momentos do Discurso: em Defesa da Verdade e Sobre a Verdade

Atenágoras escreve Sobre a Ressurreição dos Mortos. Nesta empresa deve-se primeiro estabelecer que a ressurreição não é impossível. Se Deus pôde criar, poderá também recriar. Realmente Ele pode querer tal indústria, pois nada há de injusto nela.
A primeira coisa a se considerar nesta obra é a distinção, elaborada por Atenágoras, entre os possíveis discursos sobre a verdade. Tal distinção norteia toda a argumentação a favor da ressurreição. Existem dois discursos, segundo Atenágoras, acerca da verdade: um que preza em defendê-la, outro que discorre sobre ela. Os raciocínios a favor da verdade são para os que nela não crêem; os raciocínios sobre a verdade são para aqueles que estão abertos a acolhê-la. É preciso verificar, com discernimento, qual seja a ocasião propicia e – de acordo com tal consideração – é que se deve adotar o gênero de raciocínio mais conveniente para uma determinada ocasião. Se pensarmos na ordem natural, os raciocínios sobre a verdade devem ter a primazia, pois possuem maior força demonstrativa; ao contrário, se levarmos em conta a utilidade, deve-se antes
defender a verdade do que expô-la:

Com efeito, se se olha para a força demonstrativa e para a ordem natural, os raciocínios a respeito da verdade têm a primazia sobre os raciocínios em defesa da verdade; ao contrário, se olhamos, porém, a utilidade, os raciocínios em defesa da verdade são anteriores aos raciocínios a respeito da verdade.

1.4) As Duas Fases de Toda Apologia

No primeiro momento nosso filósofo mostrou que a ressurreição é possível; agora lhe caberá tarefa mais árdua, a saber, provar que ela de fato ocorrera. É preciso primeiro mostrar que a fé não é um absurdo e isto se faz refutando o erro; depois, num segundo momento, cabe ao apologeta justificar objetivamente as verdades da fé. De resto, toda a apologia deve conter estes dois momentos:

Este primeiro momento de toda a apologia é o que Atenágoras chama de “falar em favor da verdade”; o segundo momento, quesempre deve seguir o primeiro, consiste em falar “sobre a verdade”. No presente caso, já tendo sido mostrado que a ressurreição dos corpos por Deus é possível, este segundo momento consiste em mostrar que ela efetivamente ocorrerá.

Os Três Argumentos que Provam a Realidade da Ressurreição

1.4.1) O Primeiro Argumento: A Dignidade da Criatura Racional

Atenágoras demonstra que, de fato, a ressurreição ocorrerá por três argumentos principais, podemos dispensar o quarto. O primeiro parte do pressuposto que Deus, por ser sábio, não fez o homem em vão; tampouco fez Deus o homem para dele se utilizar, pois o sábio não precisa de nada; não se pode dizer que Deus tenha feito o homem para utilidade de qualquer outra criatura; outrossim, sendo o homem ser de razão, não poderá estar submetido a nenhuma outra criatura, seja ela maior ou menor que ele. É evidente, dado a eliminação de todas as possibilidades, que Deus fez o homem pelo próprio homem. Deus concedeu às criaturas racionais uma permanência para sempre a fim de que, dotadas de inteligência como são, pudessem mais e mais conhecer a Deus, contemplar a sua sabedoria, seguir a sua lei e a sua justiça. Com efeito, o que por outra coisa foi feito pode deixar de ser, desde que cesse aquilo pelo qual foi feito. Entretanto, aquilo que existe em virtude de si mesmo, não poderá deixar de ser. Deus não teria feito o homem, dotando-o de inteligência e da capacidade de conhecê-Lo, se realmente não quisesse que ele permanecesse.

Portanto, se o homem deve permanecer para sempre, haverá ressurreição, pois, se não houvesse, o homem não poderia permanecer para sempre. Daí que, da causa da criação do homem, podemos deduzir, com certeza, a sua permanência para sempre; da sua permanência para sempre podemos demonstrar que é evidente a sua ressurreição:

(…) a causa da criação nos garante a permanência para sempre e a permanência garante a ressurreição, pois sem ela não seria possível ao homem permanecer para sempre.

1.4.2) O Segundo Argumento: O Homem é Alma e Corpo

O segundo argumento é decisivo para a história da filosofia cristã. O argumento afirma que o homem não é a sua alma, mas composto de corpo e alma. Ora, se o homem é destinado à eternidade; se, por outro lado, ele não é somente a sua alma, mas um composto de corpo e alma então é necessário dizer que o corpo não pode perecer, senão que deve também ele permanecer e gozar do mesmo fim da alma. Logo, é necessário admitir a ressurreição, visto que o corpo se corrompe com a morte e a permanência somente da alma não equivaleria a permanência do homem enquanto tal:

A constituição dos próprios homens demonstra que a ressurreição dos corpos dos mortos e desfeitos necessariamente se seguirá; caso ela não houvesse, não seria possível que as partes se unissem naturalmente umas com as outras, nem a natureza se comporia dos mesmos homens.

Gilson observa que foi exatamente o dogma da ressurreição que fez com que Atenágoras percebesse e denunciasse o perigo do platonismo. De fato, o platonismo afirma ser o homem a sua alma. Parece que, no argumento do nosso filósofo, já se pode vislumbrar, finalmente, o triunfo posterior do aristotelismo dentro do pensamento cristão:

Esse princípio levou Atenágoras a formular, em termos de um vigor e de uma nitidez insuperáveis, uma idéia de importância fundamental para todo filósofo cristão: o homem não é sua alma, mas composto de sua alma e de seu corpo. Ponderando-se bem, essa tese acarretava desde a origem a obrigação, de que os pensadores cristãos só tomarão consciência mais tarde, de não ceder à miragem do platonismo. (…) O dogma da ressurreição dos corpos era um convite instigante a incluir o corpo na definição do homem; por mais paradoxal que essa tese possa parecer à primeira vista, parece que esse dogma de fato tenha como que justificado de antemão o triunfo final do aristotelismo sobre o platonismo no pensamento dos filósofos cristãos.

1.4.3) O Terceiro Argumento: A Justiça de Deus

Aqueles que admitem Deus como criador do mundo devem admitir que Ele, por sua sabedoria, governa todo o universo e que, de sua providência, nada escapa. Ora, os atos humanos devem ser atribuídos ao homem e o homem é composto de alma e corpo. Por conseguinte é ao homem – alma e corpo – que são devidos os prêmios e os castigos conforme as suas ações forem boas ou más. Donde, nem a alma poderá receber sozinha o que fez junto com o corpo e nem o corpo poderá receberá sozinho o que não faria senão unido à alma.

Vemos, contudo, que nesta vida tal justiça não se realiza: destarte, muitos ateus e dissolutos vivem sem nenhum dano e chegam ao fim desta vida sem sofrer nenhum mal; por outro lado, existem aqueles que, embora vivendo conforme a virtude, sofrem nesta vida toda sorte de tormentos.
Após esta vida é certo que a justiça ocorre! No entanto, por estar a alma separada do corpo, tal não justiça ainda não é completa. Isto porque, separado da alma, o corpo se desfaz e não guarda a memória de seus atos.

Importa então afirmar, com o Apóstolo, que será preciso que o nosso corpo corruptível se revista de incorruptibilidade – mediante ressurreição – para que enfim receba o que lhe é devido por suas obras, sejam elas boas ou más:

Portanto, permanece apenas evidentemente o que diz o Apóstolo: é preciso que este corpo corruptível e disperso se revista de incorruptibilidade, para que, vivificados pela ressurreição, seus membros mortos e novamente unidos os que se haviam separado e até totalmente dissolvido, cada um receba justamente o que realizou por meio do seu corpo, bem ou mal.

1.5) A Distinção entre a Prova Racional e o Apelo à Fé

Percebamos que Atenágoras distingue a prova racional do apelo à fé. Com efeito, nenhum dos argumentos recorre à ressurreição de Cristo o que, ipso facto, já bastaria para atestar a veracidade da ressurreição a um cristão. Soube distinguir ainda a refutação do erro da exposição da verdade:

Portanto, Atenágoras teve o justo senso de certos dados fundamentais do problema que o pensamento cristão tinha de resolver. Distinção dos dois momentos de toda apologética: prova da credibilidade, pela refutação dos argumentos que querem estabelecer o absurdo da fé, e justificação racional direta das verdades assim apresentadas como possíveis; distinção entre a prova racional e o apelo à fé (é por isso que o vimos justificar a ressurreição dos corpos sem apelar para a ressurreição de Cristo, que é sua garantia para todo cristão) (…).

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Por que Lutero se afastou da Ortodoxia Católica?

Por Dave Armstrong
Tradução: Carlos Martins Nabeto
Fonte: http://socrates58.blogspot.com

Chris Jones me encaminhou esta pergunta: “Por que o dr. Lutero foi excomungado? De que modo ele era heterodoxo?”. Sumarizo abaixo como ele era visto como heterodoxo em 1520, segundo os padrões católicos virtualmente aceitos ou inquestionáveis. Observo que o objetivo aqui não é discutir se tais ensinamentos católicos são certos ou errados, mas apenas se conforme esses ensinamentos Lutero seria tido por “heterodoxo” ou “herege” (isto é, se a Igreja tinha pelo menos uma autoconsistência ao decidir por excomungá-lo ou se agiu arbitrariamente contra a verdade ou contra as afirmações de Lutero, tidas – neste último caso falsamente – como heresia).

Pois bem. É absolutamente notório que Lutero era herege e que a Igreja não tinha a obrigação de debater com ele na Dieta de Worms em 1521. E sendo óbvio que ele pregava heresias, era igualmente óbvio que a Igreja deveria exigir a sua retratação, para que renunciasse e cessasse de agir assim. Ele se recusou a fazê-lo, pois achava que sabia mais que a própria Igreja (como de fato afirmou diversas vezes). Certamente, nenhum protestante agiria diferentemente, quer naquele tempo quer agora, tendo em vista as dezenas de rejeições que estabeleceu frente aos seus dogmas particulares. Listo aqui as crenças de Lutero contrárias à Igreja (sem examinar pontos mais detalhados de soteriologia):

1. Separação entre justificação e santificação.
2. Noção imputada, extrínsica e forense de justificação.
3. Fé fiduciária.
4. Julgamento particular contrário à infalibilidade da Igreja.
5. Rejeição de sete livros da Bíblia.
6. Negação do pecado venial.
7. Negação do mérito.
8. Afirmação de que o réprobo deveria ficar feliz por ter sido condenado e aceitar a vontade de Deus.
9. Afirmação de que Jesus ofereceu-se à condenação e possivelmente ao fogo do inferno.
10. Afirmação de nenhuma boa obra pode ser feita, exceto por um homem justificado.
11. Todos os homens batizados são sacerdotes (=negação do sacramento da ordenação).
12. Todos os homens batizados podem conceder a absolvição.
13. Os bispos não possuem realmente esse múnus; Deus não os instituiu.
14. Os papas não possuem esse múnus; Deus não os instituiu.
15. Os sacerdotes não têm qualquer caráter especial ou indelével.
16. As autoridades temporais gozam de poder sobre a Igreja, até mesmo sobre bispos e papas; a afirmação contrária é mera invenção presunçosa.
17. Os votos de celibato são um erro e deveriam ser abolidos.
18. Negação da infalibilidade do papa.
19. Crença de que sacerdotes e papas injustos perdem a sua autoridade (contrário ao ensino de Santo Agostinho em disputa com os Donatistas).
20. As chaves do Reino não foram conferidas apenas a Pedro.
21. Cada pessoa pode julgar particularmente para determinar os artigos de fé.
22. Negação de que o papa tem o direito de convocar ou confirmar um Concílio.
23. Negação de que a Igreja tem o direito de exigir o celibato de certas vocações.
24. Não existe a vocação de monge; Deus não o instituiu.
25. Os dias festivos deveriam ser abolidos e todas as celebrações da Igreja deveriam se restringir aos domingos.
26. Os jejuns deveriam ser estritamente opcionais.
27. A canonização de santos é rigorosamente corrupta e não deve continuar.
28. A Confirmação não é um sacramento.
29. As indulgências deveriam ser abolidas.
30. As dispensas deveriam ser abolidas.
31. A Filosofia (Aristóteles principalmente) é repugnante, com influência negativa sobre o Cristianismo.
32. A transubstanciação é “uma idéia monstruosa”.
33. A Igreja não pode instituir sacramentos.
34. Negação da “maldita” crença de que a missa é uma boa obra.
35. Negação da “maldita” crença de que a missa é verdadeiro sacrifício.
36. Negação da noção sacramental de “ex opere operato”.
27. Negação de que a Penitência é um sacramento.
38. Afirmação de que a Igreja Católica “aboliu completamente” até mesmo a prática da penitência.
39. Afirmação de que a Igreja aboliu a fé como um aspecto da penitência.
40. Negação da sucessão apostólica.
41. Qualquer leigo poderia convocar um Concílio Geral (Ecumênico).
42. As obras penitenciais são inúteis.
43. Nada daquilo que os católicos crêem ser os sete sacramentos tem prova bíblica.
44. O Matrimônio não é um sacramento.
45. Nulidades [matrimoniais] são um conceito sem sentido e a Igreja não tem o direito de determinar ou afirmar nulidades.
46. Há uma questão em aberto: se o divórcio é permitido ou não.
47. Pessoas divorciadas podem voltar a se casar.
48. Jesus permitiu o divórcio quando um dos cônjuges cometeu adultério.
49. O ofício diário do sacerdote é “vã repetição”.
50. A extrema-unção não é um sacramento (logo, só existem dois sacramentos: o Batismo e a Eucaristia).

Como se vê por esse 50 pontos, Lutero era herege, heterodoxo, cismático ou acreditava em coisas que eram claramente contrárias aos ensinamentos ou práticas da Igreja Católica, até e inclusive em pontos verdadeiramente radicais (às vezes era também socialmente radical). Não estaria então justificada sua excomunhão dos meios católicos? Ou deveria a Igreja dizer: “É verdade, Lutero, você sabe; você está certo nesses 50 pontos. Você sabe mais que a Igreja inteira, que toda a história da Igreja e que toda a sabedoria dos santos do passado que acreditavam nessas coisas. Portanto, vamos aderir à sua sabedoria celestial e alterar todas estas 50 crenças ou práticas, para que possamos caminhar na direção correta. Muito obrigado! Seremos sempre gratos a você por nos ter informado sobre todos esses erros”.

Isto não soa ridículo? A Igreja teria que mudar 50 aspectos em suas doutrinas porque uma pessoa PARTICULARMENTE ACHOU que recebeu algum tipo de oráculo de Deus ou falso profeta. Homem de Deus daquele tempo? Vamos então supor que seja auto-evidente que Lutero era um bom e obediente católico, que queria reformar a Igreja, sem destruí-la ou abandoná-la, para criar uma nova seita. Ele seria ingênuo ou bobo o suficiente para acreditar que ele mesmo, objetivamente falando, não estava então oferecendo um programa radical, uma verdadeira revolução? Isso é claro e patente para qualquer um, mesmo antes de 1520. O que ele oferecia não era uma reforma… e a denominada “Reforma Protestante” não é o que diz ser, quando considerada como um todo. É uma Revolta ou uma Revolução. Já demonstrei o porquê disso em outros artigos.

Nenhuma pessoa em sã consciência que tenha lido qualquer um dos três tratados radicais de 1520 de Lutero duvidaria que ele já não era um católico ortodoxo. Ele não se tornou relutante apenas porque foi expulso da Igreja por homens que não queriam ouvir a razão e a Escritura manifesta (como o mito e propaganda perpétua protestante costuma argumentar), mas porque ele escolheu aceitar as doutrinas heréticas que ele mesmo criou, fugindo ao padrão da ortodoxia católica, e tornando-se um radical, tentando ainda espalhar os seus erros (de forma passional e franca) pelo mundo afora mediante panfletos difamatórios, zombeteiros e propagandísticos e até mesmo empregando gravuras indecorosas quando necessário.

Vemos, assim, que a Igreja foi totalmente sensível, razoável, dentro de seus direitos, lógica, autoconsistente e não hipócrita ou arbitrária ao simplesmente exigir de Lutero sua retratação na Dieta de Worms em 1521 e ao recusar-se em debater com ele (até porque já tinha feito isso outras vezes, anteriormente), porque se assim o fizesse estaria aceitando a ridícula presunção de Lutero de que estava em uma posição de disputa e debate unilateral face a doutrina e sabedoria teológica acumuladas pela Igreja ao longo de seus 1500 anos.

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São Cirilo de Jerusalém

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INTRODUCCION

Datos biográficos de San Cirilo: El siglo IV es una de las épocas más-agitadas y borrascosas por las que ha atravesado la Iglesia. En ella los gran­des escritores y teólogos discuten, argumentan, satirizan unos contra otros-y escriben grandes infolios para aclarar un punto de doctrina, una cuestión-teológica, en la que intervienen no solamente los hombres de la Iglesia, sino-hasta los príncipes y gobernantes del siglo.

En estas circunstancias le tocó aparecer en el mundo a San Cirilo de Jerusalén. No sabemos con seguridad cuál fue la patria chica de San Cirilo; pero es muy probable que su cuna fuese Jerusalén o algún pueblecito de los alrededores de la gran metrópoli. Lo cierto es que nacido hacia el 313, pasó los primeros años de su adolescencia en la capital, instruyéndose y re­cibiendo una educación esmerada. Poco después se puso bajo la dirección del santo obispo Máximo, y tanto aprovechó en las ciencias eclesiásticas que en breve pudo ser ordenado sacerdote.

Muerto Máximo, fue elevado en 350 a la sede episcopal de Jerusalén. Durante los primeros años de su episcopado, San Cirilo pudo con relativa tranquilidad dedicarse al ejercicio de su cargo; pero luego, y a pesar de su ca­rácter tranquilo y reposado que odiaba toda agitación y polémica, no pudo sustraerse a la barahúnda de celos y pasiones que reinaban por doquier. Primeramente, Cirilo fue el blanco de las persecuciones de los arríanos. Le odian porque en él han visto un enemigo. Y a pesar de que el santo siem­pre que ha impugnado sus doctrinas lo ha hecho con toda circunspección y prudencia para no enconar los ánimos, ellos le siguen de cerca, le espían y procuran urdirle asechanzas y emboscadas. Es acusado, depuesto y desterrado como un intruso de la ciudad santa.

Tres veces es lanzado al destierro y la última de ellas se ve obligado a andar errante por las ciudades del Asia durante once años, y por las lauras cenobíticas donde es acogido con cariño por los monjes, a quienes él tanto envidiaba y alabará más tarde en sus escritos.

Por fin asiste al triunfo definitivo de sus ideas, toma parte en el Concilio ecuménico de Constantinopla (382) y muere, poco después alegre de ver que empieza a renacer la paz y concordia de los espíritus.

En los últimos años de su vida, San Cirilo gozó de tranquilidad hasta su santa muerte, que ocurrió probablemente en 386, a la edad de setenta y dos años, después de treinta y siete de un glorioso pontificado; y por el histo­riador Sócrates nos consta que en esta última época de su vida el Santo poseía el don extraordinario de profecía, según lo atestiguan las siguientes palabras del citado historiador: En una ocasión preparábanse los judíos con grande entusiasmo a la restauración del templo de Salomón. San Cirilo se acordó de la profecía de Daniel, y anunció que era llegada la hora de que en el templo no quedaría piedra sobre piedra. Y, en efecto, una noche vino un fuerte terremoto que conmovió los cimientos del antiguo templo y los derribó juntamente con los edificios próximos a él. Después cayó del cielo un fuego violento que estuvo ardiendo todo el día y abrasó todas las herra­mientas preparadas para el trabajo de la reedificación. El miedo y el terror se apoderó de los judíos y la fama del hecho se divulgó tanto que vinieron de países lejanos a ver lo sucedido. Los judíos, contra su voluntad, confe­saron a Jesucristo, y por la noche aparecieron en sus vestidos cruces for­madas de luz. Cuando después de haberlas contemplado quisieron deshacer­las y borrarlas, no lo pudieron conseguir.

Teodoreto, en el libro tercero de su historia, capítulo 17, narra este suceso muy de otra manera. Según él, lo que miles de hombres levantaban con gran trabajo, se caía espontáneamente.. Los restos antiguos del templo se derrumbaron. Vientos vehementes, tempestades y borrascas les arrastraban los materiales, y como tercos se empeñasen en conseguir su intento, vino un terremoto grande que llenó de espanto a los no iniciados en la fe. Cuando, pasado el miedo, cavaban los cimientos salió de ellos fuego que abrasó a muchos de los cavadores y a los restantes les ahuyentó del lugar. Por la noche se derrumbaron algunos edificios, cogiendo a los que descansaban, y aquella noche y el día siguiente apareció resplandeciente en el cielo la señal de la cruz, y en los vestidos de los judíos otras cruces, no de luz, sino de color negro.

Con estas señales todos huyeron de allí, confesando que era verdadero Dios aquel a quien sus mayores habían crucificado.

Lo que estos autores dicen sobre las cruces, ya negras, ya luminosas, en las vestiduras de los judíos, no debe confundirse con la aparición de la Cruz de que nos habla el Santo en su carta a Constancio.

San Cirilo cuenta así el suceso al Emperador: «En los santos días de la .festividad de Pentecostés, el siete de mayo, a eso de la hora tercia, apareció en el cielo una cruz grande, hecha de luz, y que se extendía sobre el Gólgota hasta el monte santo de las Olivas, la cuál fue vista no solamente de unos cuantos, sino de toda la gente de la ciudad, y con evidencia suma pues no pasó volando a los ojos de todos, sino que estuvo a la vista muchas horas, y más resplandeciente que los rayos del sol. Fue tanto que acudieron a la iglesia en tropel jóvenes y viejos, hombres, y mujeres de toda edad, hasta las doncellas más retraídas en sus casas y habitaciones, indígenas y extran­jeros, cristianos y gentiles, venidos aquí de todas- partes. Todos ellos unánimes y como a una voz, alabaron a Jesucristo nuestro Señor, Hijo Unigénito de Dios y obrador de maravillas, conociendo por experiencia la verdad de la fe de los cristianos» (Epístola ‘ad Constantinum’; v. Migne, t. 33, col. 352).

Obras y doctrina: La Iglesia honra a San Cirilo como el príncipe de los catequistas. La catequesis era en su tiempo la enseñanza oral que prepa­raba a los catecúmenos para la recepción del bautismo. Y en este género sencillo y popular San Cirilo nos ha dejado una obra maestra en sus famo­sas catequesis. Todas ellas en número de 23 y una pro catequesis, datan del primer año de su pontificado. No las escribió él mismo, sino que a medida que el Santo hablaba, los taquígrafos se encargaban de trasladarlas a la es­critura.

Su estilo: Por esto su palabra tiene los defectos y las cualidades del es­tilo hablado e improvisado; es práctica, viva, cordial, interesante y a veces patética y apremiante. De cuando en cuando algunas digresiones y parénte­sis largos vienen a entorpecerla algún tanto; pero de ordinario, la sencillez, la claridad y el método resplandecen de un modo particular.

A los términos filosóficos introducidos en su tiempo prefiere las fórmu­las consagradas por la antigüedad. No es un teólogo al estilo de San Atanasio, es un catequista que instruye piadosamente y trata de preservar del error a, sus queridos oyentes, y por esto es precisamente por lo que hoy: día ocupa un puesto distinguido entre los grandes maestros del pensamiento cristiano.

Resumen de su obra: La Pro catequesis trata de la grandeza de la gracia que se da a los que se bautizan; en las cinco primeras versa sobre el pecado; la penitencia y la fe; y las trece que siguen son una exposición continuada del símbolo bautismal de Jerusalén, el cual era muy semejante al que redac­tó un poco más tarde, en 381, el sínodo de Constantinopla. En las cinco úl­timas, que son las más importantes, a pesar de ser más breves, da una cabal inteligencia de los ritos y ceremonias del Bautismo, de la Confirmación y de la Eucaristía. Son las catequesis llamadas «Mistagógicas» en las cuales su lenguaje se reviste de una gracia más suave, de una más tranquila y afec­tuosa cordialidad, bien sea por el asunto mismo de que trata, o bien por dirigirse a los neófitos, los nuevos retoños de la Iglesia.

Estas cinco catequesis mistagógicas constituyen uno de los monumentos más preciosos de la antigüedad cristiana, pues son de un valor incompara­ble para el estudio de la historia del dogma y de la Liturgia. Por esto no es de extrañar que algunos protestantes las hayan querido interpolar y hacer­las pasar como apócrifas, pues veían en ellas retratador con demasiada cla­ridad las doctrinas católicas sobre el celibato eclesiástico y la virginidad, la Eucaristía y el culto de las reliquias e imágenes de los santos.

Es de advertir una circunstancia que añade un alto valor a la obra de San Cirilo, y es que el Santo escribió antes de la aparición de los grandes doctores y en medio de las polémicas y discusiones más ruidosas. No obs­tante, el fondo de su doctrina es de una ortodoxia segura e irreprochable.

Acerca del «Omousios» parece que en sus primeros tiempos estuvo algo indeciso; pero más tarde impugnó repetidas veces la doctrina de los arríanos.

Y así hablando de la Trinidad expone sus creencias del siguiente modo: «Nuestra esperanza está en el Padre, en el Hijo y en el Espíritu Santo. N opredicamos tres dioses. ¡Callen los Marcionistas! No admitimos en la Tri­nidad ni confusión como Sabelio, ni separación como hacen otros». Estas últimas palabras son, sin duda, una alusión evidente a los partidarios de Arrio. Otro de los misterios que con más precisión y energía ha expuesto San Cirilo es el de la presencia real. Sus expresiones en este sentido se han hecho clásicas. «Bajo la figura del pan, dice a sus queridos neófitos, recibís el cuerpo de Cristo; y bajo las apariencias de vino recibís su sangre, y esa recepción hace de vosotros un sólo cuerpo y una sola sangre con El». Curiosa y notable es también esta frase que nos describe la manera de presentarse los fieles a la sagrada mesa:> {(Haced de vuestra mano izquierda como un trono en que se apoye la mano derecha, que ha de recibir al rey. Santificad luego vuestros ojos con el contacto divino y comulgad. No perdáis la menor partícula. Decidme, ¿si os entregasen pajuelas de oro, no las guardaríais con el mayor cuidado? Pues más preciosas que el oro y la pedrería son las especies sacramentales».

En otro lugar dice: «Recibiendo el cuerpo y la sangre de Cristo nos ha­cemos concorpóreos y consanguíneos con El; convirtiéndonos de este modo en portadores de Cristo (Cristofóro), distribuyéndose su carne y su sangre por nuestros miembros».

Tampoco se olvidó de los difuntos en la Santa Misa (Cat. 23, 9: «Acordémonos entonces de los que ya duermen en el Señor…, pues creemos que será para ellos gran provecho el que ofrezcamos por ellos oraciones en presencia del santo y asombroso sacrificio… Ofrecemos el Cristo inmolado por nues­tros pecados, reconciliando al Dios piadoso en favor nuestro y de ellos».

El método que hemos seguido en la traducción ha sido el amoldarnos lo más estrictamente posible al original griego, sirviéndonos, desde luego, de la preciosa traducción latina del Maurino Toutté (Migne P. G., t. 33), para que se deje entrever más plenamente el estilo característico del Santo, con todas sus cualidades y defectos; y aunque alguna vez la frase no corra tan fluida como pudiera desearse, y las repeticiones de palabra se sucedan de vitando en cuando, hemos consentido en dejarlo así para que se saboree me­jor la palabra sencilla y clara del santo catequista. Ojalá que cuantos se de­dican a la predicación y enseñanza del catecismo, que tatito auge en nues­tros días va tomando, imiten al santo doctor, y él haga que, como dice la oración Colecta de su Misa, «conociendo mejor al que es Dios verdadero y a su enviado Jesucristo, merezcamos todos ser contados entre las dóciles ovejas que oyen su vos».

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Atenção!

Se você acha que a Filosofia Cristã foi superada; que a Igreja é arcaica e precisa progredir; que o Cristianismo é irracional; que os Cristãos são incapazes de responder a críticas; que a Teologia moderna é superior à antiga, retrógrada; que a Patrística pertence a um contexto histórico incompatível com a modernidade; que a Igreja sempre controlou consciências;... Suma desse site. Vá ler o Código da Vinci, e faça bom proveito.

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