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Obras da Patrística

Estrela do Mar

Platão inicia a conversa:

“Em se tratando dessas verdades, é impossível deixar de fazer uma destas coisas: aprender dos outros qual é a verdade, descobri-la por si mesmo ou então, se isso for impossível, aceitar, dentre os raciocínios humanos, o melhor e menos fácil de refutar e sobre ele, como sobre uma barcaça, enfrentar o risco da travessia do mar da vida. A menos que não se possa fazer a viagem de modo mais seguro e com menor risco, sobre uma nave mais sólida, isto é, confiando-se a uma revelação divina.”

Santo Agostinho acrescenta:

“Ninguém pode atravessar o mar deste século se não for carregado pela cruz de Cristo.”

E o Padre Vieira arremata:

“E não somente ilumina como sol, mas guia também como estrela do mar. O mar é êste mundo cheio de tantos perigos, combatido de todos os ventos, exposto a tão freqüentes tempestades; e em uma tão larga, temerosa e escura navegação, quem poderia chegar ao porto do céu, se não fôsse guiado de lá por aquela benigníssima estrela?

Por que meio poderão os navegantes entre tantos perigos chegar às praias da pátria? – pergunta o Papa Inocêncio III; e responde ele mesmo que só por meio de duas coisas, nau e estrela. A nau é o lenho da cruz, a estrela é Maria.”

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Meditação de um versículo do Livro de Jó

«Porque me puseste contrário a ti, e porque me tornei pesado a mim mesmo?» (Jó, 7,20)

Comentário de São Gregório Magno:

«Deus tornou o homem contrário a si mesmo quando o homem, pecando, abandonou Deus. Apanhado nas mentiras da serpente, tornou-se inimigo daquele cujos preceitos desprezou. O Criador, sempre justo, considerou o homem como seu opositor e reputou-o como inimigo por causa de seu orgulho. Mas essa oposição, obra do pecado, tornou-se para o homem um duro suplício, de modo que, por uma liberdade deslocada, o homem foi escravizado na corrupção, ele que, por uma feliz dependência, gozava livremente da felicidade. Abandonando a cidadela segura da humildade, chegou por seu orgulho ao jugo da enfermidade; querendo elevar-se, seu coração só conseguiu se escravizar e por não ter querido se submeter aos mandamentos divinos, ficou sujeito a todas as misérias presentes.

Isto se tornará mais evidente se considerarmos primeiramente as misérias do corpo e em seguida as da alma.

Mesmo sem se falar nas dores que o corpo sofre nem nas febres que o queimam, aquilo que se chama saúde está cercado de muitos males. O corpo se amolece pelo repouso e se esgota pelo trabalho; a abstinência o esgota por sua vez, então ele se reconforta pelo alimento a fim de subsistir; o alimento de novo o fatiga e ele tem necessidade do alívio da abstinência para retomar o vigor; o banho lhe é necessário para não ressecar, em seguida se enxuga com panos para não se reduzir em água; entretém-se com o trabalho para não elanguecer no repouso; depois repara suas forças no repouso para não sucumbir com o excesso de trabalho. O cansaço da véspera se repara com o sono; o torpor do sono se sacode com a vigília, pois um repouso muito longo o cansará mais. Cobre-se de roupas para não sentir frio; depois, sofrendo com o calor que procurou, entrega-se à frescura do vento.

Procurando evitar um mal, encontra outro: trazendo uma funesta ferida, o homem se faz, por assim dizer, doente daquilo que é um remédio para seu mal. Quando estamos livres das febres e isentos de dores, nossa saúde é, ela própria, uma doença de que é preciso cuidar sem cessar. Pois tanto mais alívios procuramos para as nossas necessidades da vida quanto mais remédios opomos à nossa moléstia. E mais, o próprio remédio se converte em doença quando, usando-o por muito tempo, ficamos doentes daquilo que procuramos para nos curar.

Isto foi necessário para punir nossa presunção; e foi necessário para abater nosso orgulho. Uma só vez a natureza se encheu de orgulho e por causa disso carregamos um corpo de lama que sempre desfalece.

Nossa alma, por seu lado, carrega também seus males. Banida das alegrias sólidas e interiores, ela é ora enganada por uma vã esperança, ora agitada pelo medo, ora abatida de tristeza, ora entregue a uma alegria falsa. Agarra-se com teimosia aos bens que passam e, sem cessar, é alquebrada pela dor de perde-los, porque é, a todo instante, transformada pelo curso rápido das mudanças de tais bens. Sujeita a essas coisas sempre inconstantes, torna-se inconstante também. Não é sem angustia que encontra o que procurava e, encontrando, começa a se aborrecer com o que procurou. Muitas vezes ama o que tinha desdenhado e desdenha o que havia amado.

Aprende com muita dificuldade as coisas da eternidade e esquece-as rapidamente, se não se esforça sem cessar. Procura por muito tempo para encontrar um pouquinho das coisas celeste; depois, recaindo logo em seus hábitos, não se mantem nem mesmo no pouco que tinha adquirido. Se deseja ser instruída, é-lhe ainda extremamente penoso vencer a vanglória da ciência.

Com muito custo a alma vence a tirania da carne; depois sofre no seu interior com as imagens do pecado, embora lhe tenha reprimido os atos exteriores.

Quando procura se elevar ao conhecimento de seu Criador, encontra-se, pouco depois, como que empurrada e envolvida pelas trevas que, infelizmente, ainda lhe são caras.

A alma gostaria de saber como, sendo incorpórea, governa seu corpo, mas não consegue fazê-lo efetivamente. Pergunta-se, com espanto, coisas sobre as quais não pode responder e persiste na ignorância quando melhor seria que procurasse saber. Vendo-se ao mesmo tempo grande e limitada ela não sabe mais o que deve pensar de si mesma; porque se não fosse grande não procuraria tão grandes verdades e se não fosse limitada saberia achar ao menos o que procura.

Jó tinha razão de dizer: Porque me puseste contrário a ti, tornei-me pesado a mim mesmo. Pois o homem, expulso do paraíso, padecendo os incômodos da carne e dúvidas difíceis em seu espírito, tornou-se um fardo pesado para si mesmo. Pressionado por mil males, esmagado por doenças, o homem imaginou que, depois de ter abandonado a Deus, acharia repouso em si mesmo, mas só encontrou um abismo de perturbações; assim, depois de procurar demais a si mesmo com desprezo de seu Criador, é forçado a fugir de si mesmo sem ter mais os meios para isso».

Fonte

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Seguir a Cristo pelo caminho certo

De Santo Atanásio

Fonte

Um dia, os monges vieram ter com Antão e pediram-lhe que lhes dirigisse a palavra. Ele respondeu-lhes: Eis que começámos a avançar pela estrada da virtude; continuemos agora em frente, a fim de atingirmos a meta (Fil 3, 14). Que ninguém olhe para trás como a mulher de Lot (Gn 19, 26), porque o Senhor disse: “Quem mete a mão ao arado e olha para trás não é apto para o Reino dos Céus.” Olhar para trás mais não é do que alterar o próprio objectivo e retomar o gosto pelas coisas deste mundo. Nada receeis quando ouvirdes falar da virtude, nem vos espanteis com esta palavra. Porque a virtude não está longe de nós, nem nasce fora de nós; é coisa que nos diz respeito, e é simples, desde que o queiramos.

Os pagãos deixam o seu país e atravessam os mares para irem estudar letras. Nós não temos necessidade de abandonar o nosso país para ir para o Reino dos Céus, nem de atravessar o mar para adquirir a virtude. Porque o Senhor disse: “O Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17, 21). A virtude apenas precisa, pois, do nosso querer, dado que está em nós e nasce de nós. Se a alma conserva a parte inteligente que é conforme à sua natureza, a virtude pode nascer. A alma encontra-se no seu estado natural quando permanece tal como foi feita; e foi feita muito bela e muito recta. Era por isso que Josué, filho de Nun, dizia: “Inclinai os vossos corações para o Senhor, Deus de Israel” (Jos 24, 23). E João Baptista: “Endireitai as suas veredas” (Mt 3, 3). Para a alma, ser recta consiste em manter a sua inteligência tal como foi criada. Quando, pelo contrário, se desvia do seu estado natural, nessa altura fala-se do vício da alma. Não se trata, pois, de uma coisa difícil. […] Se tivéssemos de procurá-la fora de nós, seria realmente difícil; mas, visto que está em nós, evitemos os pensamentos impuros e guardemos a alma para o Senhor, como se tivéssemos recebido um depósito, a fim de que Ele reconheça a nossa obra, encontrando a nossa alma tal como a fez.

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Sola Scriptura

Uma objeção notável à essa doutrina, feita em tom firme e sem hesitações:

“Perguntando eu com toda a atenção e diligência a numerosos varões, eminentes em santidade e doutrina, que norma poderia achar segura para distinguir a verdade da fé católica da falsidade da heresia, eis a resposta constante de todos eles: quem quiser descobrir as fraudes dos hereges nascentes, evitar seus laços e permanecer íntegro na sadia fé, há de resguardá-la, sob o duplo auxílio divino: primeiro, com a autoridade da lei divina e segundo com a tradição da Igreja católica. Ao chegar a este ponto, talvez pergunte alguém: sendo perfeito como é o cânon das Escrituras e suficientíssimo por si só para todos os casos, que necessidade há de se acrescentar a autoridade da interpretação da Igreja? A razão é que, devido à sublimidade da Sagrada Escritura, nem todos a entendem no mesmo sentido, mas cada qual interpreta à sua maneira as mesmas sentenças, de modo a se poder dizer que há tantas opiniões quantos intérpretes. De uma maneira a expõe Novaciano, diversamente Sabélio, Donato, Ário, Eunômio, Macedônio; de outra forma Fotino, Apolinário, Prisciliano; de outra, ainda, Joviniano, Pelágio, Celéstio ou Nestório. Portanto, é necessário que, em meio a tais encruzilhadas do erro, seja o sentido católico e eclesiástico o que assinale a linha diretriz na interpretação da doutrina dos profetas e apóstolos. E na própria Igreja Católica deve-se procurar a todo custo que nos atenhamos ao que, em toda a parte, sempre e por todos foi professado como de fé, pois isto é próprio e verdadeiramente católico, como o diz a índole mesma do vocábulo, que abarca a globalidade das coisas. Ora obte-lo-emos se seguirmos a universalidade, a antigüidade e o consentimento. Pois bem: seguiremos a universalidade se professarmos como única fé a que é professada em todo o orbe da terra pela Igreja inteira; a antigüidade, se não nos afastarmos do sentir manifesto de nossos santos pais e antepassados; enfim, o consentimento, se na mesma antigüidade recorrermos às sentenças e resoluções de todos ou quase todos os sacerdotes e mestres”

(Vicente de Lérins, +450, Comonitório).

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Mortificação

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Desde los orígenes de la Iglesia, hubo cristianos que abrazaron una vida de plena imitación de Jesucristo. Más tarde, el ascetismo cristiano revistió formas características de huida del mundo y vida en común: así nació el monacato, que floreció desde el siglo IV, tanto en el Oriente cristiano como en el mundo latino occidental.

1. ¿Qué es la vida ascética?

La vida ascética cristiana es tan antigua como la Iglesia de Jesucristo. Desde los mismos orígenes, hubo fieles de uno y otro sexo que abrazaban una vida de plena imitación del Maes­tro: permanecían vírgenes o guardaban continencia, practicaban la oración y la mortificación cristiana y se ejercitaban en las obras de misericordia. Durante los tres primeros siglos, ascetas y vírgenes no abandonaban el mundo ni se reunían, de ordinario, a vivir en común. Sin solemnidades públicas, como las que luego se introdujeron, se comprometían a guardar la castidad «por el Reino de los Cielos» (Mt XIX, 12) y permanecían entre los demás miembros de su comunidad cristiana, habitando en sus casas y administrando sus bienes.

2. Vida ascética en los primeros siglos

En la sociedad romano-cristiana de los siglos IV y V, el fenómeno ascético tuvo resonantes manifestaciones en los propios círculos de la aristocracia. Matrimonios de la nobleza senatorial, como Paulino de Ñola y Terasia o Piniano y Melania, se desprendieron de inmensos patrimonios y asumieron una existencia de fieles discípulos de Jesucristo, según las enseñanzas del Evangelio. San Jerónimo dirigió espíritualmente a los círculos ascéticos de nobles señoras romanas, primero en la propia Urbe y luego en Palestina: les explicaba los Libros Sagrados y les alentaba en el ejercicio de la ascesis cristiana. La práctica de la castidad entre las mujeres se incrementó a lo largo del siglo IV y, a veces, viudas y doncellas vírgenes comenzaron a vivir en común, como sucedió en Roma, en torno a las nobles damas Paula y Marcela.

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Atenção!

Se você acha que a Filosofia Cristã foi superada; que a Igreja é arcaica e precisa progredir; que o Cristianismo é irracional; que os Cristãos são incapazes de responder a críticas; que a Teologia moderna é superior à antiga, retrógrada; que a Patrística pertence a um contexto histórico incompatível com a modernidade; que a Igreja sempre controlou consciências;... Suma desse site. Vá ler o Código da Vinci, e faça bom proveito.

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