A Patrologia Grega conta sete mil páginas, aproximadamente. Já a Latina, mais breve, tem só três mil. E isso no tipo em que foram editadas; se transpostas para os padrões atuais e o corpo de texto a que estamos habituados, o volume total facilmente ultrapassaria dez mil páginas. Um monumento de tal dimensão não pode ser explorado totalmente em anos, ou décadas, ou mesmo no curso de uma vida humana. Uma seleção das obras mais valiosas seria de grande proveito, mas as seleções em geral se destinam a objetivos restritos (como o estudo da filosofia dos primeiros séculos). Encontrei, no entanto, essa pequena lista elaborada pelo Pe. Garrigou Lagrange, possivelmente um dos três maiores tomistas do século passado, que tem o propósito verdadeiramente religioso de moldar almas. Ela segue abaixo.
Patrologia Grega
S. Clemente – Carta à Igreja de Corinto (cerca de 95) sobre a concórdia, a humildade, a obediência.
Clemente de Alexandria – O Pedagogo (depois de 195), pela ascese à contemplação, e os Stromata, especialmente VI, 8, 9, 12; V, 11, 12; VIII, 3, 23.
Sto. Atanásio – Vida de Santo Antão, onde é descrita a espiritualidade do patriarca dos monges e dos cenobitas.
S. Cirilo de Jerusalém (315-386) – Catequeses, que contém o retrato do verdadeiro cristão.
S. Basílio (330-379) – Sobre o Espírito Santo, sua influência na alma regenerada; Regras da disciplina monástica do Oriente; Homilias.
S. Gregório de Nissa (335-395) – Vida de Moisés, onde ele trata da ascensão da alma em direção à perfeição.
S. Gregório Nazianzeno (330-390) – Sermões, especialmente Oratio XXXIX, c. VIII, IX, X.
S. João Crisóstomo (344-407) – Homilias sobre o Sacerdócio.
S. Cirilo de Alexandria (+444) – Thesaurus; Homilias, e o Comentário sobre o Evangelho de S. João, em particular 1. IV Sobre a Eucaristia, e 1.V Sobre a habitação do Espírito Santo nas almas.
Pseudo-Dionísio (cerca de 500) – Dos nomes divinos; A Teologia Mística; Da Hierarquia Celeste; Cartas.
S. João Clímaco (+ 649) – A Escada do Paraíso, resumo de ascética e mística para os monges do Oriente.
S. Máximo, o Confessor (580-662) – Escólios sobre Dionísio, e seu Livro Ascético; ele explica a doutrina de dionísio sobre a contemplação.
S. João Damasceno (675-749) – Sobre as Virtudes e os Vícios; Paralelos Sagrados; Sobre a Transfiguração; Sobre o Natal e Sobre a Páscoa.
S. Efrém, no século IV, na literatura siríaca, escreveu obras essencialmente místicas por sua alta inspiração, cf. J. Lamy, S. Ephraem syri hymni et sermones, 4 vol., 1882-1902.
Patrologia Latina
S. Cipriano (200-258)- De habitu virginum; De dominica oratione; De bono patientiae; De zelo et livore.
Sto. Ambrósio (337-397)- De officis ministrorum; Acerca da Virgindade; De vidui; de Isaac et anima,c. III, VIII; In Os. CXVIII, sermo VI.
Sto. Agostinho (354-430)- Confissões, IX, 10; X, 40; Solilóquios; De doctrina christiana; A Cidade de Deus; Epist. 211; De quantitate animae, c. XXXIII; De Sermone Domini in monte, 1.I, c.III e IV; Comentário aos Salmos 33, V. 5.
João Cassiano (360-435)- Conferências.
S. Leão, (papa, 440-461)- Sermões.
S. Bento (480-543)- Regra, cheia de discrição, que tornou-se a de quase todos os monges do Ocidente até o séc. XIII.
S. Gregório Magno (540-604)- Expositium in librum Job, Sive moralium, libri XXXV; Líber regulae pastoralis, Homiliae in Exechielem, especialmente 1. II, hom. II, III, V.
S. Beda, o Venerável (séc. VIII)- Comentário ao Evangelho de São Lucas.
S. Pedro Damião (séc. XI)- Da perfeição dos monges, cap. VIII, X.
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