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Obras da Patrística

Conversão

Fonte

De São João Crisóstomo:

O mais grave é que, encontrando-nos neste estado [de pecado], não pensamos na deformidade da nossa alma nem nos damos conta do seu aspecto horrível. Quando te sentas numa barbearia para cortar o cabelo, imediatamente tomas na mão um espelho e olhas e voltas a olhar como vai ficando o corte e perguntas aos presentes e ao próprio barbeiro se ficou bem o topete da frente. E, mesmo que já sejas um velho, muitas vezes não te envergonhas da mania de imitar a gente jovem. Mas de que a nossa alma esteja deformada, e até de que tenha assumido o aspecto de uma fera […], nem sequer nos damos conta. No entanto, também aqui dispomos de um espelho espiritual, muito melhor e mais proveitoso que o outro, material. Este espelho não somente põe diante de nós a nossa deformidade, mas até, se o quisermos, pode transformá-la em beleza incomparável. Este espelho é a memória dos homens santos, as histórias da sua vida bem-aventurada, a lição das Escrituras, as leis que por Deus nos foram dadas. Se alguma vez decidires olhar para as imagens desses santos, não somente verás a deformidade da tua própria alma, mas, assim que a vires, não precisarás de mais nada para libertar-te dessa fealdade. Tão proveitoso é para nós esse espelho e com tal facilidade realiza a transformação.

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Canto Gregoriano

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O Mistério da Encarnação

De São Pedro Crisólogo

Quando a Virgem concebe, virgem dá à luz e permanece virgem, isso não entra na ordem da natureza, mas dos sinais divinos; não é segundo a razão humana, mas conforme ao poder de Deus; é o Criador que actua, não a natureza humana; não é caso comum, mas único; é obra divina e não humana. O nascimento de Cristo não foi consequência necessária da natureza, mas do poder de Deus. Foi o mistério da piedade, a redenção da humanidade. Aquele que, sem nascer, fez o homem do barro intacto, fez-Se homem nascendo de um corpo também intacto. A mão que se dignou tomar o barro para formar o nosso corpo, também se dignou tomar a nossa carne para nos salvar. Por isso, o facto de o Criador estar na sua criatura e de Deus habitar em carne humana, é uma honra para a criatura e não uma afronta para o Criador.
Ó homem, porque te consideras tão vil, tu que és tão precioso para Deus? Porque é que, sendo tu tão honrado por Deus, tanto te desonras a ti mesmo? Porque perguntas de que é que foste feito e não queres saber para que foste feito? Porventura todo este mundo que vês não foi feito para ser tua morada? Para ti foi criada a luz que dissipa as trevas que te circundam; para ti foi regulada a sucessão dos dias e das noites; para ti foi iluminado o céu com o variado fulgor do sol, da lua e das estrelas; para ti foi ornamentada a terra com flores, bosques e frutos; para ti foi criada a admirável multidão dos seres vivos que habitam nos ares, nos campos e nas águas, a fim de que uma triste solidão te não ensombrasse a alegria do mundo recém-criado.
Mas o teu Criador pensou no modo de aumentar ainda mais a tua glória: gravou em ti a sua própria imagem, para que houvesse na terra uma imagem visível do Criador invisível, e colocou-te como seu representante sobre as coisas terrenas, para que um domínio tão vasto como é o mundo não ficasse privado de um vicário do seu Senhor.
Deus, na sua bondade, assumiu em Si o que para Si tinha feito em ti; quis ser visto realmente no homem, onde antes apenas era contemplado como imagem; quis que nele fosse uma realidade o que antes era apenas uma semelhança.
Cristo nasce, portanto, para renovar com o seu nascimento a natureza corrompida; fez-Se criança, quis ser alimentado, passou pelas diversas idades da vida humana, para restaurar a única idade perfeita e permanente como Ele a tinha criado; toma sobre Si a vida humana, para que o homem não volte a cair; tinha-o feito terreno e torna-o celeste; tinha-lhe dado uma alma humana e agora comunica-lhe o espírito divino; e assim eleva o homem à dignidade divina, para que desapareça tudo o que nele havia de pecado, de morte, de fadiga, de sofrimento, de terreno, pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é Deus e vive e reina com o Pai na unidade do Espírito Santo, agora e sempre e pelos infinitos séculos dos séculos. Amen.

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Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo

Fonte

De São Jerônimo

Cumpro o meu dever, obedecendo aos preceitos de Cristo, que diz: Examinai as Escrituras, e: Procurai e encontrareis, para que não tenha de ouvir o que foi dito aos judeus: Estais enganados, porque não conheceis as Escrituras nem o poder de Deus. Se, de facto, como diz o apóstolo Paulo, Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, aquele que não conhece as Escrituras não conhece o poder de Deus nem a sua sabedoria. Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo.
Por isso quero imitar o pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e antigas, e também a esposa que diz no Cântico dos Cânticos: Guardei para ti, meu amado, frutos novos e antigos. Assim comentarei o livro de Isaías, apresentando o não apenas como profeta, mas também como evangelista e apóstolo. Ele próprio diz, referindo se a si e aos outros evangelistas: Como são belos, sobre os montes, os pés dos que anunciam boas novas, dos que anunciam a paz. E Deus fala lhe como a um apóstolo: A quem hei de enviar? Quem irá ter com este povo? E ele respondeu: Eis me aqui, enviai me.
Ninguém julgue que eu desejo explicar de modo completo, em tão poucas palavras, o conteúdo deste livro da Escritura, que abrange todos os mistérios do Senhor. Efectivamente, no livro de Isaías o Senhor é preanunciado como o Emanuel que nasceu da Virgem, como autor de prodígios e milagres, como morto, sepultado e ressuscitado de entre os mortos e como Salvador de todos os povos. Que dizer da sua doutrina sobre física, ética e lógica? Este livro é como um compêndio de todas as Escrituras e contém em si tudo o que a língua humana pode exprimir e a inteligência dos mortais pode compreender. Da profundidade dos seus mistérios dá testemunho o próprio autor quando escreve: Para vós toda a visão será como as palavras de um livro selado. Se se dá a quem sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não posso, porque está selado». E se se dá a quem não sabe ler, dizendo: «Lê o por favor», ele responde: «Não sei ler».
E se parece débil a alguém esta reflexão, oiça o que diz o Apóstolo: As aspirações dos profetas sejam submetidas aos profetas, de modo que tenham possibilidade de falar ou de se calar. Portanto, os Profetas compreendiam o que diziam e por isso todas as suas palavras estão cheias de sabedoria e de sentido. Aos seus ouvidos não chegavam apenas as vibrações da voz; Deus falava ao seu espírito, como diz outro profeta: O Anjo falava em mim; e também: Clama nos nossos corações: Abba, Pai; e ainda: Escutarei o que diz o Senhor.

Filed under: Comentários ao Evangelho, São Jerônimo

Dia de Finados

Subscrevo o que disse o confrade Réprobo, ao referir-se ao conflito interior que nos vem no Dia de celebrar a Memória de nossos mortos:

Cada visita ao Cemitério, mormente em dias sinificativos, desencadeia o irremovível embate entre a Esperança de que Aqueles a Que queremos tenham alcançado a Felicidade e o egoísmo do desejo – em saudade encapotado – de Os termos entre nós. Como permitir a coexistência pacífica da urgência da proximidade terrena com a tranquilidade ancorada na Fé? Uma absoluta unilateralidade repousando na certeza de que Os que nos deixaram foram para Melhor Sítio também não seria estimável, pois demasiada candidez gera insensibilidade. Paradoxalmente a solução está no que já os melhores de nós alcançam: articular a dor sentida como peça rumo ao Ideal Revelado, sem que sofrer permita resvalar para o desespero. Eu ainda tenho muito que andar.

Filed under: Textos

Atenção!

Se você acha que a Filosofia Cristã foi superada; que a Igreja é arcaica e precisa progredir; que o Cristianismo é irracional; que os Cristãos são incapazes de responder a críticas; que a Teologia moderna é superior à antiga, retrógrada; que a Patrística pertence a um contexto histórico incompatível com a modernidade; que a Igreja sempre controlou consciências;... Suma desse site. Vá ler o Código da Vinci, e faça bom proveito.

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